Sair do MEI e virar ME assusta, mas a verdade é simples: você deve migrar de MEI para ME loja virtual quando o faturamento anual se aproximar do limite de R$ 81.000, quando já houver projeção real de ultrapassá-lo, quando precisar contratar mais gente, trazer sócio ou começar a perder oportunidades de venda por causa das limitações do MEI. Nessas horas, insistir no MEI vira risco fiscal e trava de crescimento.
A boa notícia é que, para lojas virtuais, migrar no momento certo tende a aumentar o potencial de faturamento, melhorar a relação com marketplaces e fornecedores e abrir espaço para ter estrutura profissional (estoque, equipe, marketing) sem medo de fiscalização. O segredo está em planejar a transição com antecedência, não “em cima do estouro”.
Entendendo o MEI para loja virtual
Antes de decidir quando migrar de MEI para ME loja virtual, é importante entender os limites práticos do MEI para e-commerce.
O que é, na prática, ser MEI com loja virtual
O MEI é um regime simplificado pensado para o pequeno empreendedor individual, com:
CNPJ próprio;
pagamento mensal fixo (DAS-MEI);
possibilidade de ter apenas 1 funcionário;
limites de atividades permitidas (CNAEs restritos).
No comércio eletrônico, o MEI costuma usar CNAEs de comércio varejista pela internet (por exemplo, comércio varejista de artigos do vestuário pela internet, comércio varejista de outros produtos novos pela internet etc.), dentro da lista autorizada ao MEI.
Isso torna o MEI muito atrativo para quem está começando a loja virtual, testando produtos e validando o modelo de negócio.
Limite de faturamento do MEI em 2025
Em 2025, o limite oficial de faturamento do MEI continua sendo R$ 81.000 por ano, o que equivale a uma média de R$ 6.750 por mês.
A legislação permite um “excesso” de até 20% sobre esse valor (até R$ 97.200) ainda no mesmo ano; acima disso, o desenquadramento precisa ser tratado de forma mais rígida, podendo exigir recolhimento complementar de tributos como ME desde o mês em que o limite foi ultrapassado.
Ao mesmo tempo, vários projetos estão em discussão para elevar o teto do MEI (como as propostas de “Super MEI”, com limites de R$ 140 mil ou mais). Porém, até que essas mudanças sejam aprovadas e entrem efetivamente em vigor, o que vale na prática continua sendo o teto oficial de R$ 81.000/ano.
Para efeito de decisão sobre migrar de MEI para ME loja virtual, o dono da loja deve se basear sempre no limite vigente, não nas propostas.
Outras limitações do MEI para e-commerce
Além do teto de faturamento, o MEI traz outras travas relevantes para uma loja virtual em crescimento:
Apenas 1 funcionário (e com faixa salarial limitada), o que restringe muito operação de estoque, expedição e atendimento.
Impossibilidade de ter sócios, o que dificulta trazer investidor, parceiro logístico ou sócio de marketing.
Lista limitada de CNAEs permitidos, com dificuldade em combinar comércio, serviços e atividades mais complexas.
Maior risco de confundir contas pessoais e da empresa, por causa da simplicidade do regime.
Ou seja: o MEI é excelente para começar, mas não foi feito para sustentar uma operação de e-commerce escalável.
O que muda ao migrar de MEI para ME na loja virtual
Ao migrar de MEI para ME, a sua loja virtual continua podendo optar pelo Simples Nacional, mas passa a ser tratada como microempresa (ME), com um novo patamar de estrutura e obrigações.
Limites e tributação como ME
Em linhas gerais:
A ME no Simples Nacional trabalha com limite anual de receita bem maior que o MEI (na regra tradicional, até R$ 360.000 por ano para microempresa).
A tributação deixa de ser um valor fixo mensal e passa a ser um percentual sobre o faturamento, via Simples Nacional.
Para loja virtual, em regra, o faturamento entra no Anexo I (comércio), começando na faixa em torno de 4% sobre o faturamento bruto e evoluindo conforme o volume anual.
Isso significa que a carga tributária aumenta em relação ao MEI, mas, em compensação, você ganha espaço para crescer sem medo de “estourar limite” a cada mês.
Comparativo rápido: MEI x ME para loja virtual
| Aspecto | MEI loja virtual | ME loja virtual (Simples Nacional) |
|---|---|---|
| Limite anual de faturamento | Até R$ 81.000 | Até R$ 360.000 (microempresa, regra tradicional) |
| Funcionários | Máx. 1 colaborador | Pode ter vários colaboradores |
| Sócios | Não pode ter sócios | Pode ter sócios e investidores |
| Tributos | Valor fixo mensal (DAS-MEI) | Percentual sobre o faturamento (Simples – Anexo I, em geral) |
| Obrigações acessórias | Mais simples (DASN-SIMEI) | Mais complexas (PGDAS-D, DEFIS, obrigações estaduais etc.) |
| Perfil ideal | Teste de modelo, faturamento baixo e estrutura enxuta | Operação em crescimento, com equipe e maior volume de vendas |
Quando migrar de MEI para ME loja virtual: sinais práticos
Agora, o ponto central: quando faz sentido deixar de ser MEI e migrar para ME na loja virtual?
Critério nº 1: Faturamento chegando perto do limite
Regra prática: se sua loja virtual está faturando, em média, acima de R$ 5.000 por mês e o crescimento é consistente, você já deve:
Projetar o faturamento anual;
Ver se, mantendo a tendência, você passará de R$ 81.000 no ano;
Planejar com antecedência a saída do MEI.
Uma referência útil é a tabela abaixo:
| Situação da loja virtual | Faturamento anual estimado | Ação recomendada |
|---|---|---|
| MEI confortável | Até R$ 60.000 | Pode continuar como MEI, mas já com planejamento financeiro |
| Zona de atenção | De R$ 60.000 a R$ 75.000 | Começar simulações como ME e planejar possível migração |
| Zona de risco (próximo do limite oficial) | De R$ 75.000 a R$ 81.000 | Decidir o momento do desenquadramento e evitar ultrapassagem sem plano |
| Excesso de até 20% (até R$ 97.200) | R$ 81.000 a R$ 97.200 | MEI até dezembro; a partir de janeiro, obrigatoriamente ME |
| Excesso acima de 20% | Acima de R$ 97.200 | Desenquadramento retroativo e possível ajuste de tributos |
Na prática, esperar bater exatamente R$ 81.000 para decidir é um erro comum que gera dor de cabeça tributária.
Critério nº 2: Crescimento consistente e ganho de escala
Mesmo antes de chegar perto do limite, vale pensar em migrar de MEI para ME loja virtual quando:
O número de pedidos cresce todo mês por causa de anúncios pagos, marketplace ou redes sociais;
Você planeja investir pesado em estoque, marketing e estrutura;
Já tem previsões claras de faturamento bem acima do teto do MEI nos próximos 6 a 12 meses.
Nesses cenários, ficar “forçando” o MEI pode significar:
recusar pedidos grandes;
limitar campanhas por medo de estourar o limite;
fazer “gambiarras” com emissão de nota em outros CNPJs (errado e arriscado).
Critério nº 3: Necessidade de contratar mais gente
Outro gatilho forte: quando você precisa de mais de um colaborador para operar o negócio.
Exemplo prático:
1 pessoa no atendimento;
1 pessoa no estoque/expedição;
1 pessoa no tráfego pago (interno ou PJ recorrente).
Como MEI só permite 1 funcionário, a operação começa a ficar informal (pagamentos “por fora”, sem registro) ou simplesmente sobrecarregada. Migrar para ME permite estruturar a equipe de forma adequada.
Critério nº 4: Entrada de sócio ou investidor
Se você pretende:
trazer um sócio de capital;
dividir a operação com outra pessoa;
formalizar parceria com alguém que será dono de parte do negócio,
não há como fazer isso sendo MEI. Nesse caso, a migração é obrigatória, mesmo que o faturamento ainda esteja abaixo do limite.
Critério nº 5: Complexidade tributária da operação
Algumas lojas virtuais começam simples e, com o tempo, passam a:
vender para vários estados;
trabalhar com produtos sujeitos a substituição tributária de ICMS;
vender tanto B2C quanto B2B;
operar em vários marketplaces diferentes.
Quando a operação ganha essa complexidade, é muito mais seguro estar com CNPJ estruturado como ME no Simples, com inscrição estadual, emissão correta de NF-e e acompanhamento contábil permanente. Continuar no MEI apenas “porque é mais barato” tende a sair caro depois.
Passo a passo para migrar de MEI para ME na loja virtual
Tomada a decisão de migrar de MEI para ME loja virtual, o ideal é seguir um roteiro bem organizado.
1. Fazer um planejamento tributário prévio
Antes de qualquer pedido de desenquadramento, é essencial:
Levantar o faturamento real dos últimos 12 meses (incluindo todas as vendas em marketplace, site próprio e redes sociais);
Projetar as vendas dos próximos 6 a 12 meses;
Simular a tributação como ME no Simples Nacional (Anexo I para comércio, eventualmente combinando com outros anexos, se houver serviços).
Essa simulação mostra:
se a carga tributária ainda cabe na margem de lucro;
qual faixa de alíquota do Simples será aplicada;
se vale a pena antecipar a migração ou esperar o início do próximo ano-calendário.
2. Ajustar CNAEs e natureza jurídica
Na migração, é comum:
Atualizar ou corrigir CNAEs para refletir melhor o e-commerce (comércio varejista pela internet, comércio de determinados produtos etc.);
Adequar a natureza jurídica para permitir sócios (por exemplo, Sociedade Limitada ou Empresário Individual como ME).
Essa etapa normalmente envolve Junta Comercial, consulta de viabilidade e alterações cadastrais na Receita Federal e na Prefeitura/Estado.
3. Formalizar o desenquadramento do MEI
O desenquadramento pode ocorrer:
Por opção (porque você quer deixar de ser MEI);
Por excesso de faturamento (quando ultrapassa o limite).
Em geral, realiza-se o pedido pelo portal do governo (Simples Nacional / gov.br), com indicação do motivo e da data de desenquadramento. A partir daí, a empresa passa a recolher tributos como ME no Simples Nacional, com PGDAS-D mensal e demais obrigações.
4. Providenciar inscrição estadual e ajustes fiscais
Para loja virtual que vende mercadorias, ter inscrição estadual costuma ser obrigatório, pois há incidência de ICMS na venda de produtos físicos.
Passos típicos:
Solicitar inscrição estadual junto à Secretaria da Fazenda do seu estado;
Verificar necessidade de cadastro em outros estados (substituição tributária, vendas interestaduais etc.);
Configurar corretamente o emissor de NF-e ou sistema de gestão.
5. Implementar controles financeiros e de estoque mais robustos
Como ME, a loja virtual precisa de controles mais profissionais:
fluxo de caixa organizado;
conciliação de vendas por canal (site, marketplace, redes sociais);
controle de estoque;
provisão para tributos (reservar mensalmente um percentual do faturamento).
Um erro comum é migrar de MEI para ME loja virtual sem mudar nada na gestão, apenas aumentando o imposto. A migração precisa vir acompanhada de melhoria de gestão.
6. Revisar a precificação dos produtos
Com a nova carga tributária, é indispensável:
recalcular o preço de venda considerando tributos, comissões dos marketplaces, custos de frete, embalagem, plataformas, anúncios;
analisar margem por categoria de produto;
ajustar frete grátis, descontos e promoções.
Em muitos casos, uma leve correção de preços, somada a uma operação mais organizada, compensa a maior tributação e ainda aumenta o lucro líquido.
Exemplo prático: quando migrar de MEI para ME loja virtual na vida real
Imagine uma loja virtual de moda que começou como MEI em janeiro:
Em média, faturava R$ 4.000/mês nos primeiros 4 meses;
A partir de campanhas de anúncios e vendas no marketplace, passou a faturar R$ 8.000/mês de forma consistente.
Se a tendência se mantiver, o faturamento anual projetado pode passar facilmente de R$ 90.000. Nessa situação:
Esperar chegar a R$ 81.000 para decidir é temerário.
O correto é, ainda na “zona de atenção” (por volta de R$ 60.000 a R$ 70.000 anuais), fazer simulações e planejar o desenquadramento.
A empresa pode escolher migrar no início de um novo ano-calendário, ou antes, se a projeção estiver muito clara.
Com a migração, a loja:
passa a recolher tributos como ME no Simples;
ganha fôlego para investir em mais estoque, equipe e marketing;
pode negociar melhor com fornecedores e marketplaces, apresentando estrutura de empresa mais robusta.
Erros comuns ao migrar de MEI para ME na loja virtual
Para não transformar a migração em um problema, é importante evitar alguns erros frequentes:
Ignorar vendas de todos os canais
Considerar apenas vendas do site e esquecer marketplace, Instagram, vendas por WhatsApp etc. Receita Federal e marketplaces cruzam dados.Não registrar tudo oficialmente
Vender “por fora” para manter o MEI, sem nota, para não “estourar o limite”. Isso é um atalho para problemas fiscais e bloqueios de conta em plataformas.Continuar com mentalidade de MEI
Migrar de MEI para ME loja virtual e manter o mesmo controle de planilha improvisada, sem fluxo de caixa, sem DRE básica, sem contabilidade ativa.Não rever preços
Aumentar o imposto e não mexer nos preços corrói totalmente a margem.Escolher regime tributário sem simulação
Ficar no Simples por impulso ou cogitar Lucro Presumido sem análise numérica aprofundada da operação de e-commerce.
Boas práticas para crescer com segurança após virar ME
Depois da migração, algumas boas práticas ajudam a loja virtual a crescer de forma sustentável:
Acompanhar mensalmente o faturamento acumulado e a faixa de tributação no Simples.
Avaliar, com seu contador, se faz sentido combinar atividades de comércio com serviços (por exemplo, assinatura, consultoria, personalização), avaliando impacto em anexos e eventual uso de Fator R.
Manter separação rígida entre contas pessoais e da empresa, com conta bancária PJ e cartão corporativo.
Ter relatórios mensais de resultados: faturamento, margem bruta, gastos com anúncios, comissões, frete, tributos e lucro líquido.
Revisar, pelo menos uma vez por ano, o regime tributário e o enquadramento, especialmente se o faturamento crescer rápido.
Conclusão: não espere o limite do MEI travar sua loja virtual
Em resumo, migrar de MEI para ME loja virtual não é apenas uma obrigação quando o limite é ultrapassado; muitas vezes é uma estratégia de crescimento.
Você deve considerar seriamente a migração quando:
o faturamento projetado se aproxima de R$ 81.000/ano;
há crescimento consistente mês a mês;
é preciso contratar equipe, trazer sócio ou estruturar melhor o negócio;
a complexidade das vendas (vários estados, marketplaces, produtos com regras fiscais específicas) começa a aumentar.
Planejar a transição com antecedência, simular cenários e ter apoio contábil especializado em e-commerce é o caminho para crescer sem sustos com o Fisco.
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