ICMS-ST no e-commerce: como funciona e quando o lojista paga
O ICMS-ST no e-commerce é uma das obrigações fiscais que mais geram dúvidas entre lojistas online, principalmente em vendas interestaduais, operações em marketplaces e compras de fornecedores de outros estados. Conhecer as regras de Substituição Tributária é essencial para evitar multas, formar preços corretos e preservar a margem de lucro.
Este guia traz uma visão prática e direta, com exemplo real de venda de xampu de São Paulo para a Bahia e uma mini calculadora de ICMS-ST para simulação.
O que é ICMS-ST e por que isso importa para lojas virtuais
O ICMS-ST (Substituição Tributária) é um regime em que o ICMS de toda a cadeia de circulação de um produto é recolhido antecipadamente por um contribuinte escolhido pela legislação (normalmente indústria, importador ou distribuidor).
Para o lojista de e-commerce, isso significa:
O produto pode chegar já com ICMS-ST embutido no preço;
Em algumas operações, o lojista precisa recolher ICMS-ST na entrada do estado de destino;
Em outros cenários, pode haver ICMS-ST complementar e, ainda, DIFAL, dependendo do estado e do tipo de cliente.
O impacto é direto no custo de compra, na precificação e na competitividade da loja virtual.
Quando o ICMS-ST atinge o e-commerce
1. Compra de produtos sujeitos à ST
Quando o produto está em lista de Substituição Tributária do estado e o fornecedor já recolheu o imposto:
O lojista compra com ST embutida;
A nota fiscal traz a base de cálculo, a MVA e o valor de ICMS-ST;
A revenda interna, em regra, não gera novo recolhimento de ST.
2. Compras interestaduais
O lojista pode precisar recolher ICMS-ST na entrada quando:
O fornecedor não recolheu ST para o estado de destino;
Não há acordo (protocolo/convênio) entre os estados;
A MVA ou a alíquota interna do destino é maior, gerando ST complementar.
3. Venda interestadual ao consumidor final
Além da ST, pode haver DIFAL, especialmente em vendas B2C para outros estados. É preciso analisar simultaneamente:
Se o produto tem ST;
Se o cliente é contribuinte ou não;
As regras dos dois estados envolvidos.
4. Vendas via marketplaces
Marketplaces costumam exigir:
CST/CSOSN corretos (como CST 060 quando há ST retida);
Informações completas de base de ST, MVA e valor retido;
Adequação às regras de cada estado para emissão da NF-e.
Produtos de e-commerce com maior incidência de ICMS-ST
| Categoria | Exemplos | Observações gerais |
|---|---|---|
| Cosméticos | xampus, condicionadores, cremes, perfumes, maquiagens | Forte incidência de ST em vários estados |
| Eletrônicos | TVs, receptores, alguns acessórios | ST depende do NCM e da UF |
| Autopeças | baterias, lâmpadas, filtros, pastilhas | Segmento muito fiscalizado |
| Bebidas | cervejas, energéticos, refrigerantes, água mineral | Em geral com ST integral |
| Brinquedos | bonecos, jogos, brinquedos eletrônicos | Varia conforme NCM e legislação estadual |
O ponto de partida é sempre o NCM do produto.
Como funciona o cálculo do ICMS-ST
O cálculo do ICMS-ST compara o ICMS interno total (presumido) do estado de destino com o ICMS próprio destacado na saída interestadual.
Passos básicos:
Calcular a base presumida com MVA;
Aplicar a alíquota interna do estado de destino sobre essa base;
Calcular o ICMS próprio (alíquota interestadual sobre o valor da operação);
Encontrar o ICMS-ST devido, que é a diferença entre ICMS interno total e ICMS próprio.
Fórmula geral:
Base presumida = Valor da operação × (1 + MVA)
ICMS interno total = Base presumida × alíquota interna
ICMS próprio = Valor da operação × alíquota interestadual
ICMS-ST devido = ICMS interno total – ICMS próprio
Exemplo prático: venda de xampu de SP para a Bahia (NCM 3305.10.00)
Considere um lojista baiano que compra xampu de um fornecedor de São Paulo:
| Dado | Valor |
|---|---|
| Produto | Xampu – NCM 3305.10.00 |
| Valor da operação (saída de SP) | R$ 100,00 |
| MVA original | 42,66% |
| Alíquota interestadual SP → BA | 7% |
| Alíquota interna de ICMS na Bahia | 20,50% |
1. Cálculo da base presumida
| Etapa | Fórmula | Resultado |
|---|---|---|
| Cálculo da base presumida | 100,00 × (1 + 0,4266) | 142,66 |
2. Cálculo do ICMS interno total na Bahia
| Etapa | Fórmula | Resultado aproximado |
|---|---|---|
| ICMS interno total (BA) | 142,66 × 20,50% (0,205) | R$ 29,25 |
3. Cálculo do ICMS próprio destacado em SP
| Etapa | Fórmula | Resultado |
|---|---|---|
| ICMS próprio (SP) | 100,00 × 7% (0,07) | R$ 7,00 |
4. ICMS-ST devido na entrada na Bahia
| Componente | Valor |
|---|---|
| ICMS interno total (BA) | R$ 29,25 |
| ICMS próprio (SP) | R$ 7,00 |
| ICMS-ST devido (BA) | R$ 22,25 |
Nesse cenário, o lojista baiano precisa recolher R$ 22,25 de ICMS-ST na entrada da mercadoria, por meio de GNRE ou outro documento de arrecadação adotado pela Bahia, para regularizar a operação interestadual.
ICMS-ST x DIFAL: diferenças essenciais
| Tema | ICMS-ST | DIFAL |
|---|---|---|
| Finalidade | Antecipar ICMS de toda a cadeia | Equalizar ICMS entre origem e destino |
| Base jurídica | Protocolos/Convênios + legislações estaduais | EC 87/2015 + legislação complementar |
| Momento de incidência | Compra/entrada de produto sujeito à ST | Venda interestadual a consumidor final |
| Foco | Mercadorias listadas em regime de ST | Operações com consumidor final em outro estado |
| Impacto | Custo do produto e formação de estoque | Preço final e margem em vendas interestaduais |
Os dois mecanismos podem existir simultaneamente, dependendo do tipo de operação.
Quando pode existir ICMS-ST complementar
O lojista de e-commerce pode ter de recolher ST complementar quando:
A MVA aplicada pelo remetente é inferior à exigida no estado de destino;
A alíquota interna do destino é maior do que a considerada na origem;
Não há acordo de ST entre os estados e o destino exige a retenção na entrada.
No exemplo do xampu, se SP não recolher ST para a Bahia, ou recolher com parâmetros diferentes dos exigidos pela Bahia, o lojista baiano é quem assume a responsabilidade pelo recolhimento da diferença.
Como descobrir se o produto tem ICMS-ST
Passo a passo para o lojista:
Identificar o NCM do produto.
Consultar o RICMS do estado de destino e seus anexos de ST.
Verificar MVA, alíquota interna e se há protocolo/convênio com o estado de origem.
Usar sistemas de consulta tributária confiáveis para confirmar as informações.
Em caso de dúvida, validar com a contabilidade antes de fechar a compra ou iniciar vendas interestaduais.
Erros comuns de quem vende online
Acreditar que “se o fornecedor disse que já tem ST, está tudo certo”.
Não checar se o regime de ST da origem vale para o estado de destino.
Emitir NF-e com CST/CSOSN errado.
Esquecer de recolher GNRE de ST na entrada do estado.
Confundir ST com DIFAL e calcular impostos de forma incorreta.
Não guardar XML das NF-e e comprovantes de recolhimento.
Impactos do ICMS-ST na precificação do e-commerce
A Substituição Tributária influencia diretamente:
Margem de contribuição dos produtos;
Possibilidade de frete grátis ou descontos agressivos;
Competitividade frente a concorrentes de outros estados;
Necessidade de capital de giro para bancar impostos antecipados;
Decisão de manter ou retirar determinados itens do catálogo.
Empresas que dominam o tema conseguem precificar com estratégia e evitar prejuízos silenciosos na operação.
Calculadora de ICMS-ST
Simulação básica de ICMS-ST para operações interestaduais. Você pode ajustar os percentuais conforme a legislação aplicável.
Recomenda-se sempre validar MVA, alíquotas e regras específicas do seu estado com base em fontes oficiais ou com o apoio da contabilidade antes de utilizar qualquer cálculo para fins operacionais.
ICMS-ST no e-commerce: como funciona e quando o lojista paga
O ICMS-ST no e-commerce é um dos pontos centrais da gestão tributária de quem vende pela internet, especialmente em operações interestaduais com produtos como cosméticos, autopeças e bebidas. Entender o funcionamento da Substituição Tributária, dominar o cálculo com MVA e alíquotas corretas e usar ferramentas de simulação ajudam o lojista a evitar autuações, precificar com segurança e proteger a rentabilidade do negócio.
A Agitt Contabilidade está à sua disposição com uma equipe de alto nível, pronta para ser sua parceira estratégica nesta jornada. Nós estamos aqui para ajudar você a decidir qual o melhor caminho a trilhar, otimizando sua carga tributária e garantindo sua total segurança jurídica.
Conclusão
O ICMS-ST no e-commerce é um dos pontos centrais da gestão tributária de quem vende pela internet, especialmente em operações interestaduais com produtos como cosméticos, autopeças e bebidas. Entender o funcionamento da Substituição Tributária, dominar o cálculo com MVA e alíquotas corretas e usar ferramentas de simulação ajudam o lojista a evitar autuações, precificar com segurança e proteger a rentabilidade do negócio.
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